The Witcher: 3° temporada é boa? Relação com o Folclore?

“The Witcher” emergiu como uma das séries de fantasia mais cativantes da atualidade. Ela convida os espectadores para um mundo repleto de magia, intrigas e uma infinidade de criaturas fascinantes. 

Baseada na aclamada série de livros de Andrzej Sapkowski, “The Witcher” é notável por tecer elementos do folclore dentro de seu rico tecido narrativo. Sendo assim, os monstros desempenham um papel central nesta obra, não apenas como adversários formidáveis para os protagonistas, mas também como elementos cruciais que dão vida e profundidade ao mundo de The Continent, onde a série se passa. 

Contudo, o entrelaçamento inteligente entre fantasia e folclore confere à série uma sensação de autenticidade, pois muitos dos monstros têm raízes em mitos e lendas reais. Portanto, este artigo pretende desvendar as origens folclóricas das criaturas retratadas em “The Witcher” e explorar como a série utiliza esses elementos para enriquecer seu enredo e a construção do mundo. Confira!

Adeus de Henry Cavill e a opinião da crítica à terceira temporada.

O adeus de Henry Cavill ao papel de Geralt de Rívia não parece estar seguindo o script que a Netflix havia idealizado. A terceira temporada de The Witcher, que fez sua estreia oficial na primeira semana de julho, já está enfrentando um cenário turbulento em termos de audiência, ficando atrás quando comparada às temporadas anteriores da série.

No Rotten Tomatoes, a nova temporada está recebendo uma recepção morna, com uma pontuação de apenas 49% proveniente das avaliações do público – uma queda de 9% em relação à segunda temporada. Em contraste, a primeira temporada continua reinando suprema como a queridinha dos fãs, ostentando uma impressionante pontuação de 89%.

Quando se trata da opinião dos críticos, entretanto, a narrativa toma um rumo interessante. A primeira temporada de The Witcher, tão amada pelo público, encontra-se na base da pirâmide como a menos favorecida pelos especialistas. 

Por outro lado, a segunda temporada recebeu aplausos da crítica e até conquistou o selo “Fresh” no Rotten Tomatoes, consolidando-se como a favorita entre os críticos.

Origens do Folclore em The Witcher

Andrzej Sapkowski, o talentoso autor por trás da série de livros “The Witcher”, tem suas raízes na Polônia, um país rico em história e tradições folclóricas. Além disso, sua paixão pela cultura e mitologia eslava e europeia desempenhou um papel significativo na criação do universo de “The Witcher”. 

Desta forma, Sapkowski, com seu profundo conhecimento de lendas e contos de fadas, teceu meticulosamente elementos do folclore eslavo e de outras partes da Europa em suas histórias. Isso proporcionou enriquecimento do mundo que possibilita uma imersão de autenticidade e misticismo.

Além disso, as tradições orais desempenharam um papel central nas sociedades eslavas e europeias. Muitos dos monstros e criaturas presentes em “The Witcher” são inspirados por esses contos que foram passados de geração em geração. Por outro lado, essas histórias não eram apenas formas de entretenimento, mas também serviam para transmitir valores culturais, advertências e lições de vida. 

Por exemplo, a série apresenta criaturas como strigas e kikimoras, ambas têm suas raízes no folclore eslavo. Ao trazer esses monstros para as páginas de seus livros e, posteriormente, sendo adaptados para a tela, Sapkowski proporciona alta dose de suspense. Por outro lado, oferece aos leitores e espectadores um vislumbre das ricas tradições que moldaram a cultura da Europa Central e Oriental.

Análise de Criaturas Selecionadas

Striga

Uma das criaturas mais memoráveis que aparece em “The Witcher” é a Striga. Na série, a Striga é uma criatura amaldiçoada que nasce da maldição colocada em uma princesa ainda no útero. Todavia, ela é feroz, com força sobre-humana e aterroriza as terras à noite.

O conceito de Striga tem suas raízes no folclore eslavo e é particularmente prevalente na cultura polonesa. No folclore, uma Striga é geralmente uma mulher que recebeu uma maldição, adquirindo poderes sobrenaturais e, além disso, se transforma em uma criatura que ataca pessoas durante a noite, muitas vezes associada a vampiros. 

A crença em Strigas era forte em algumas regiões, e eram frequentemente associadas à morte e à doença.

Comparando a representação em “The Witcher” com a do folclore tradicional, podemos ver algumas semelhanças e diferenças. Em ambos, a Striga é uma criatura noturna com uma ligação a maldições. 

No entanto, “The Witcher” retrata a Striga mais como uma fera selvagem. Enquanto o folclore tende a apresentar a Striga mais como uma feiticeira ou criatura vampírica. Além disso, em “The Witcher”, há um aspecto de simpatia e tragédia associado à Striga, que nem sempre está presente nas lendas tradicionais.

Leshen

Outra criatura notável que faz parte do universo de “The Witcher” é o Leshen. Na série e nos jogos, um Leshen é um ser antigo que habita as florestas. Tem a aparência de um homem alto com chifres de veado de galhos e ossos, geralmente está na companhia de um bando de corvos. 

Eles são extremamente territorialistas e usam sua magia e conexão com a floresta para caçar e eliminar aqueles que consideram intrusos em seu domínio.

Entretanto, as raízes folclóricas do Leshen estão profundamente enraizadas na mitologia eslava. O Leshen tem semelhanças com a figura mitológica eslava chamada Leshy. Todavia, o Leshy é frequentemente retratado como um espírito guardião da floresta. 

Além disso, possui características semelhantes às de um Leshen, como ter a forma de um homem. Eles são conhecidos por liderar os viajantes para fora do caminho, imitando vozes e, às vezes, atraindo pessoas para a floresta, onde se perdem.

Por fim, quando comparamos o Leshen de “The Witcher” com o Leshy do folclore eslavo, observamos algumas diferenças e semelhanças. Ambos são entidades que protegem as florestas e têm uma aparência similar. 

No entanto, o Leshen em “The Witcher” é frequentemente muito mais sinistro e agressivo em comparação com o Leshy. Por outro lado, o Leshy, é mais travesso e ambíguo em suas intenções. 

Além disso, o Leshen em “The Witcher” tem uma aparência mais assustadora e ameaçadora, em comparação com as representações frequentemente mais neutras do Leshy.

Simbolismo e Significado

Além das batalhas e perigos físicos que os monstros em “The Witcher” apresentam, é importante considerar o simbolismo e os significados mais profundos que essas criaturas carregam. 

Em muitas histórias de fantasia, monstros são frequentemente mais do que apenas adversários; eles podem representar aspectos mais amplos da condição humana ou simbolizar conceitos filosóficos.

Um elemento-chave em “The Witcher” é como os monstros muitas vezes refletem aspectos da natureza humana e desafiam as noções de moralidade. Por exemplo, em casos onde os monstros foram humanos ou são seres sencientes. Nestes casos, os personagens e o público são forçados a considerar as implicações morais de matar uma criatura que pode ter emoções e pensamentos. 

Além disso, o folclore em si muitas vezes nasce do medo do desconhecido e da tentativa de explicar fenômenos naturais ou eventos inesperados. Todavia, monstros frequentemente personificam esses medos e incertezas. 

Em última análise, os monstros em “The Witcher” não são apenas criaturas para serem enfrentadas em batalha, mas também servem como uma janela para explorar temas mais profundos. 

Eles desafiam os personagens e o público a refletir sobre a natureza humana, a moralidade, e os medos e incertezas que são uma parte intrínseca da experiência humana. Ao fazer isso, “The Witcher” tece uma tapeçaria narrativa rica que vai além do mero entretenimento e estimula uma reflexão mais profunda sobre o mundo e o nosso lugar nele.

O universo fantástico de The Witcher contrastando com a crítica

Em suma, The Witcher é um universo fascinante que combina uma vasta gama de personagens, enredos e criaturas inspiradas no folclore. Ao explorar as raízes folclóricas das criaturas na série, somos capazes de apreciar como o autor Andrzej Sapkowski e os criadores da série da Netflix adotaram e adaptaram mitos antigos para criar algo vibrante e atraente para o público moderno. 

No entanto, enquanto a série atraiu uma ampla base de fãs e ganhou aclamação em suas primeiras temporadas, a mais recente temporada tem enfrentado desafios. A reação mista à terceira temporada, particularmente o desempenho aquém das expectativas em termos de audiência, sugere que talvez o mundo de The Witcher esteja enfrentando obstáculos em manter o interesse dos espectadores no mesmo nível que antes.

Contudo, será que a segunda parte da terceira temporada, que está prevista para 27 de julho, conseguirá dar a volta por cima?